Confira a trajetória de uma potência vocal adimirável e a vida musical de um dos poucos artistas de coragem assumidamente gay nos USA.
Adam Mitchel Lambert nasceu em Indianápolis, 29 de janeiro de 1982, cantor, compositor e ator dos Estados Unidos, terminou como segundo colocado na oitava temporada do famoso programa American Idol em 2009. Lambert lançou seu primeiro disco, For Your Entertainment em 23 de novembro de 2009, vendendo 198 mil cópias só na primeira semana. Em 15 de Maio de 2012, Adam Lambert lançou seu segundo álbum de inéditas, entitulado Trespassing que foi um dos álbuns mais aguardados de 2012 e estreiou em primeiro lugar na Hot 200 da Billboard. Lambert é conhecido por seu visual ousado e pela potente voz.
Adam Lambert – Presente Mercurial de um American Idol
O The Independent é um
jornal Britânico de circulação nacional publicado em Londres desde 1986,
sendo considerado um dos jornais diários mais novos de circulação
britânica. E recentemente um dos seus jornalistas, Luke Blackall
entrevistou Adam Lambert 12/JUL 2012. Confira aqui a versão impressa e a seguir a tradução da entrevista:
O premiado Reality TV, Adam Lambert está assumindo o lugar de
Freddie Mercury novamente. O primeiro artista abertamente gay dos
Estados Unidos a ocupar a primeira posição nas paradas, fala a Luke
Blackall sobre cantar com o Queen
É difícil categorizar Adam Lambert. Segundo colocado no American Idol
de 2009, seu primeiro álbum era forte no glam rock, seu mais novo
material tem um forte sabor de pop e emo, e ele se parece com um jovem
(e muito mais bonito) Gary Numan [ver nota]. Para completar,
ele é gay. Apesar de um astro pop gay em 2012 não soar tão incomum no
Reino Unido, assim o é nos Estados Unidos.
E este ano Lambert conquistou um inacreditável feito quando seu
segundo álbum, “Trespassing”, foi o primeiro álbum de um artista solo
masculino abertamente gay a ocupar o topo da parada da álbuns da
Billboard. Pode soar pouco plausível, mas outros astros homossexuais,
como Elton John e George Michael, não eram ”assumidos” quando atingiram o
topo das paradas.
Mas o burburinho causado em 2010 quando Ricky Martin escolheu revelar
sua sexualidade ou quando, no começo do mês, Frank Ocean, membro da
marca de roupas hip hop Odd Future, blogou sobre ter tido um
relacionamento com um homem, mostra que os Estados Unidos ainda estão,
de alguma forma, muito atrasados do restante do Oeste quando o assunto é
abertura quando a homossexualidade.
Lambert não está surpreso apenas por ter sido o primeiro, mas também
pela agitação, sendo que ele se assumiu no final da adolescência. ”Eu
acho que por muito tempo a indústria da música teve medo disso, de
artistas assumidos, é mais uma coisa local”, ele diz. ”Mas a música não
tem orientação, música boa é música boa, então se você se baseia na
sexualidade do artista para apreciar sua música, então talvez você
precise examinar seu próprio nível de conforto com relação ao assunto”.
Uma de suas novas faixas é ”Outlaws Of Love”, e fala sobre ser
isolado por ter se apaixonado pela pessoa ”errada”, e ela aparece, ele
diz, numa época onde uma mudança de atitudes está acontecendo na
América.
”Nós estamos bem no meio desse grande movimento pelos direitos
civis”, ele diz. ”É lindo ver como as pessoas estão adquirindo força e
eu acho que o momento e minha notoriedade são um privilégio. Eu sinto
que tenho um certo quinhão de responsabilidade – porque eu tenho uma
visibilidade que poucas pessoas têm na comunidade gay, especialmente na
indústria da música – de se sentir à vontade, de ser aberto”. A outra
indústria criativa dos Estados Unidos curiosamente hétero é Hollywood,
cujos membros Lambert, talvez surpreendentemente, tenha maior simpatia.
”Eu consigo entender que com atores, eles querem ser escalados para
projetos diferentes e então eles têm que ter credibilidade nisso,
naquilo ou naquele outro, para despertar as pessoas emocionalmente”, ele
diz. ”Eu entendo isso. Eu entendo porque certos atores preferem não
revelar sua opção sexual. Mas com a música, é um pouco mais
autobiográfico”.
Isso não seria uma sugestão de que a revelação da opção sexual de um
ator poderia não ser bom para a indústria do cinema e a comunidade?
”Eu pensei muito a respeito disso e eu consigo ver porque um ator se
revelando é um ato de bravura, e demonstra bastante apoio e visibilidade
à comunidade, e desafiar os estereótipos são uma grande parte do nosso
movimento, mas infelizmente eles podem estar sacrificando certos
trabalhos que conseguirem. E o que é mais importante? Eles provavelmente
estão pensando em si mesmos em primeiro lugar.”
O cantor de 30 anos de idade parece ter muito mais (de valor) a dizer
do que a grande maioria dos astros pop provindos dos reality show. Ele
também destaca que seu processo de gravação é mais abrangente do que a
maioria dos seus companheiros. Ele trabalhou em “Trespassing” por um ano
e meio, gravando mais de 50 músicas durante o processo. Aquelas que
foram escolhidas para fazer parte do álbum foram tocadas até que ele se
sentiu satisfeito.
”Eu sou meu pior crítico. Eu observo detalhes. E eu sei que eu pus cada faixa através de uma grande pressão”.
Apesar dele não ser chegado a comparações com artistas
contemporâneos, ele tem uma lista significativamente sem fim de astros
dos anos 90 que influenciaram seu último trabalho, como Missy Elliot à
Gwen Stefani à 2 Unlimited. O álbum progride de uma positiva primeira
metade para uma segunda parte um pouco mais obscura, e explora sua vida
pós Idol, de seus sombrios e exaustivos dias logo após o término da
turnê mundial ao auto descobrimento do que ele chama de ”sortudo filho
da mãe”.
Apesar disso, ele admite que sua relativamente nova chegada a fama
não lhe deu direito as festas, presentes e glamour sem fim que ele tinha
antecipado.
”Eu estava errado! Eu não fui convidado a nenhuma festa fabulosa, não
realmente”, ele diz. ”Eu achei que iria ser um passe livre para alguns
clubes exclusivos. Na realidade, cria muito mais obstáculos,
socialmente.
O lançamento do seu último trabalho coincide com uma de suas maiores
oportunidades até agora, se apresentar com o Queen. Ele se apresentou
com Roger Taylor e Brian May quando eles foram convidados especiais no
American Idol, e ele liderou a banda no MTV European Music Awards ano
passado e, esta semana ele assumiu novamente o papel de Freddie Mercury
para três shows em Londres.
Com o seu grandioso alcance e poder, Lambert e Mercury têm algumas
similaridades vocais, mesmo que suas personalidades (a abertura de
Lambert e a reclusão de Mercury) e ascensão parecerem bem diferentes.
”Eu não posso cantar [as músicas] tão bem quanto Freddie Mercury, é
claro que não posso, ele as escreveu”, ele diz. ”Eu não queri imitá-lo,
isso seria desrespeitoso à sua memória. Meu objetivo é ser eu mesmo, mas
garantir que eu esteja cantando as músicas da maneira como foram
planejadas e [pergunto] ‘qual era o plano aqui, tanto emocional quanto
musicalmente?’”
Uma coisa que eles parecem ter em comum, é que, assim como Freddie
ajudou a quebrar barreiras no Reino Unido nos anos 80 e 90, o sucesso de
Lambert poderia ajudar a fazer a mesma coisa do outro lado do
Atlântico.
O álbum ”Trespassing” de Adam Lambert, e seu primeiro single ”Never Close Our Eyes”, já estão a venda.
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